A Semana de Moda de Nova York entra em sua reta final! O evento, conhecido por sua pegada mais comercial e que desperta desejo imediato, reuniu as principais marcas do país norte-americano. Nas passarelas da NYFW, assistimos os criadores retomarem tendências que priorizam a sensualidade e muita pele à mostra, mesmo que seja a temporada de outono-inverno 2022.
Abaixo, veja os melhores looks que passaram na Semana de Moda de Nova York!
Sentindo que suas clientes estavam cansadas de moletons e outras peças que com foco apenas no conforto, estilistas apostam em vestidos repletos de recortes, com comprimentos mini ou simplesmente com modelagens ousadas e experimentais. Wes Gordon levou o recurso de uma formam mais romântica para Carolina Herrera e apresentou uma sensualidade nada óbvia.
Para Michael Kors, definitivamente é hora de tirar o bode da sala. Depois de tantas temporadas entre quarentenas, ânimos arrefecidos e coleções que os acompanhavam, o clássico designer americano deu o seu basta e armou um show a fim de levantar os astrais — com Miguel cantando ao vivo e uma boa dose de street glam à la Kors.
Seu inverno segue confortável, já que essa palavra parece ter ficado de vez no vocabulário da moda, mas nem por isso suas mulheres são menos poderosas. Entre alfaiatarias bodycon e casacos poderosos, a chave da vez para o estilista é o monocromático — seja pink ou laranja, seja bege ou preto. Confortável, sim, mas não sem a carga sexy dos vestidos cheios de decotes e recortes. Kors está de olho na realidade nos reencontros, e suas mulheres vêm prontas para um impacto depois de tirar os sobretudos, na porta de entrada das festas dos vacinados.
Brandon Maxwell nem tenta disfarçar que está empenhado em resetar alguns ciclos. Na temporada passada ele, que ficou marcado pelos looks monocromáticos e raros grafismos, apagou todo o feed do Instagram da marca e ressurgiu com um verão repleto de estampas. “Quero mostrar quem em sou”, disse em entrevistas na época. Desta vez, surpresa (ou nem tanto): seu IG foi novamente reiniciado para contar uma nova história, mais uma vez muito pessoal.
Quem acompanha a bio de Maxwell sabe que o texano mantém fortíssimas ligações familiares — ainda outro dia, ele estava reformando o quarto do bebê de uma de suas irmã no YouTube. Mas entre todos os membros da família é a avó, Louise Johnson, que tem presença mais essencial: ela trabalhava como compradora em uma boutique, lugar que recebia visitas frequentes do garoto Brandon — foi dali e do guarda-roupa dela que surgiu a formação do estilista. Louise já apareceu em campanha da marca do herdeiro, em 2018, e agora ganha homenagem direta com coleção em que, novamente, o criador quer se redescobrir.
Assim como o feed, as estampas praticamente desapareceram e Maxwell volta a um ideal de revisitar uma elegância antiga que exercitava no começo da marca, sete anos atrás. Para isso, claramente retrabalha referências de imagens da avó nos anos 1950, elegante com seus vestidos em A, saias rodadas, clutches nas mãos e estolas. Mas (ufa) repensa como seria essa mulher recatada de então em sua versão 2022 — ainda mantendo o código gestual da bolsa segura junto ao torso, mas ganhando drapeados sexies, tricôs casuais sobre vestidos de festa, decotes que abrem-se sobre o colo e transparências de lingerie — estas, que provavelmente vó Louise nunca usaria, mas deve achar o máximo ver o neto fazendo.
Flying Solo apresenta desfile sob neve, a multimarcas Flying Solo apresentou um desfile e deixou o frio de Nova York apenas como background
Ao ar livre e nevando, o desfile da Flying Solo compensou as condições climáticas com muita criatividade. A multimarcas é famosa por abrir espaço para novos designers e marcas ainda não estabelecidas em Nova York. Por isso, a gente nunca sabe o que esperar de seus desfiles.
Para acomodar cada uma das marcas em suas devidas categorias, foram realizados cinco desfiles. De roupas casuais, peças conceito e ateliê festa, foi um show de cores, texturas e ousadia. Foi tão elétrico que o frio passou quase que desapercebido.
Com aposta em volumes, alfaiataria e construção de silhueta Jason Wu apresenta sua coleção ready-to-wear em fantástico jardim invernal
Jason Wu levou, mais uma vez, um jardim para servir de cenário para seus vestidos de festa que, nesta temporada da NYFW, misturam volume com corseteria e alfaiataria. Esse jogo de proporções aparece em vestidos com saias amplas e também em conjuntos de calça e top.
Destaque para o recurso de usar babados de tule contrários demarcando o corpo. Ainda que seja uma coleção invernal, a leveza e o corpo à mostra ficaram em evidência.
E entre os novos nomes, Peter Do está entre os mais celebrados, mesmo tendo feito seu segundo desfile. Imigrante vietnamita e com passagem pelo estilo da Celine, ele chamou a atenção pela alfaiataria moderna. Intitulada Foundations, a coleção para o próximo inverno no Hemisfério Norte misturou referências clássicas e transgressoras, como dar estética punk à uma saia longa plissada ou paetês sobre neoprene. Cachecóis e lapelas extralongos entram na lista de rupturas.
O designer parece deixar claro que não quer inventar a roda, mas dar propor alternativas interessantes para energizar um guarda-roupa em sintonia com as leis do slow fashion.
A nova coleção de Patbo traz muito mais do que a sofisticação e beleza da marca; celebra a arte do trabalho manual brasileiro. Com inspiração nos primeiros passos da marca em festa ateliê, Patricia Bonaldi criou looks que mesclam o atual momento da marca com os elementos que são parte de seu DNA.
Os bordados e as franjas aparecem em peças com corte ousado nas mais variadas texturas. O desfile marca no Surrogate’s Court de NY, o segundo da marca na semana de moda nova-iorquina, celebra a entrada da PatBo no calendário oficial da CFDA, organização por trás da NYFW.