"A imperfeição é bela, a loucura é genial, e é melhor ser absolutamente ridícula do que absolutamente chata". A famosa frase de Marilyn Monroe resume o motivo pelo qual ela é reconhecida até os dias de hoje como ícone das artes, de moda e de beleza. Um dos rostos mais conhecidos e aclamados do cinema mundial, Marilyn Monroe acaba de ganhar uma cinebiografia que retrata sua conturbada vida. Blonde, do diretor Andrew Dominik, contará a história da atriz, interpretada por Ana de Armas, de forma artística, sensível, mas não menos realista.
Quem assistir ao trailer, perceberá o quão fidedignas as roupas e a caracterização são, nos fazendo até mesmo acreditar que possa ser a verdadeira Marilyn que está em cena. Para fazer esse trabalho de construção de personagem, Jennifer Johnson (figurinista do filme “Eu Tonya”, indicado ao Oscar) passou quatro semanas preparando os figurinos, iniciando seu processo de pesquisa com a bíblia de 800 páginas de fotos reunidas pelo diretor do filme durante 12 anos de pesquisa.
“Eu imprimi as páginas e colei em nossos escritórios como se fossem papel de parede”, afirma a figurinista para a Vogue estadunidense. No processo, ela também buscou separar Marilyn Monroe e Norma Jean (o nome de batismo da atriz) para delimitar a fronteira de personalidade entre a estrela e a pessoa real. “Norma Jean não era obcecada por roupas, ela era bem minimalista. Procuramos o maior número possível de fotos para a pesquisa”, relata. Para construir a personagem fora das câmeras, Jennifer usou roupas que não parecessem fantasias e soassem mais naturalmente possível, trazendo roupas que podem ser usadas hoje. Para trazer um ar de doçura e ingenuidade, a figurinista usou tons suaves, em especial o azul bebe e branco.
O rosa também fez parte da paleta de cores, óbvio. Como Marilyn Monroe era uma construção da indústria hollywoodiana, o rosa foi fundamental para construir a imagem de inocência e hiper feminilidade. “O pink é hiperfeminino, é fetichista, representa o olhar masculino que está objetificando algo que pode ser devorado, como um bolo”, descreveu Jennifer ao site The Kit.
Em contrapartida, Marilyn tinha total consciência da mensagem que seu visual passava para quem a admirava através das telonas e revistas. Mas, além das roupas super femininas, Marilyn tinha outra carta na manga para usar na hora de se vestir. “O look chique que era uma gola alta preta com um par de calças capri trazia o significado de artista. Ela era muito inteligente com negócios e imagem, e queria ser levada a sério como atriz”, explica. A figurinista contextualiza que vestir preto, para Monroe, significava fazer parte de uma contracultura e de deter conhecimento: “isso foi algo que surgiu quando ela se mudou para Nova York e começou a trabalhar com o Actors Studio, e seu desenvolvimento como pessoa e atriz”.
Jennifer conta que todas as peças foram feitas especialmente para o filme. Um dos grandes desafios foi o desenvolvimento das clássicas peças como o vestido rosa tomara que caia de Os Homens Preferem as Loiras e o vestido branco plissado de O Pecado Mora Ao Lado “Quando você começa a investigar como as peças foram construídas você percebe que era extremamente complicado”, diz ela, que adiciona que para chegar a famosa silhueta de ampulheta de Monroe, Ana de Armas teve de usar uma cinta de plástica durante as cenas externas para não passar calor no sol de Los Angeles com espumas de baixo de vestido.
O filme confirma o quanto a moda foi um elemento fundamental para a construção da personalidade e imagem de Marilyn, uma das personas mais complexas e sedutoras da cultura pop mundial.
Da: Editora, Colunista e Jornalista Noeli de Carvalho e Silva.💙
Da: Modelo, Designer e Estilista de Moda: Iana de Carvalho Silva 💗 e
Da: Pesquisadora e Colaboradora: Vanessa de Carvalho e Silva.💜
